Sucuris e Seres Humanos
A sucuri-verde (Eunectes murinus) é considerada uma das maiores serpentes do mundo e certamente a mais pesada. Estas serpentes apresentam um hábito semi-aquático apresentando algumas adaptações para esse estilo de vida, como narinas e olhos no topo da cabeça e uma coloração verde escura com pontos negros o que melhora sua camuflagem entre as plantas aquáticas. A sua distribuição abrange as baixadas da América do Sul e se estende até o leste dos Andes. No entanto, toda essa imponência é ameaçada pelo ser humano.
No caso da sucuri-verde, seu hábito semi-aquático favorece o encontro com pescadores e comunidades ribeirinhas, o que nem sempre é bom para a espécie. Diversos vídeos estão disponíveis na internet mostrando encontros ocasionais de sucuris e curiosos, muitos dos quais o animal é perturbado ou até abatido. Além disso, o tráfico de serpentes como PETs é uma realidade, assim como a utilização da pele em artigos de luxo, como bolsas, e a ‘domesticação’ de indivíduos para ‘turismo da natureza’.
Com o intuito de proteger a fauna e flora da exploração foi criada em 1975 um acordo global de conservação, a CITES - Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção. Os três apêndices da CITES listam as espécies protegidas pelo acordo, classificadas de acordo com o grau de ameaça. O Apêndice I inclui espécies ameaçadas de extinção, cujo comércio somente será permitido em circunstâncias excepcionais. O Apêndice II lista as espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas cujo comércio deve ser controlado a fim de evitar usos incompatíveis com sua sobrevivência. O Apêndice III relaciona as espécies que são protegidas em pelo menos um país e que tenha solicitado assistência às demais partes da Convenção para controlar seu comércio.
A família Boidae, a qual pertence a sucuri-verde, é integralmente protegida pela CITES, uma vez que seus representando (e.g., jiboias, sucuris e pítions) apresentam elevado valor no mercado PET.
Para saber mais: www.cites.org
